Quando eu tinha 18 anos, eu estava no meu quarto, certo dia, orando, e Deus falou comigo claramente, através de um texto no livro de Atos dos Apóstolos, e naquele momento, eu recebi um chamado do Senhor para trabalhar de tempo integral na obra. Um chamado missionário.
Era época de vestibular, mas o meu sonho naquele momento, a minha vontade, era largar tudo e ir para a Jocum.
Naquele tempo, a única referência que eu tinha em termos de missões era a Jocum. Por isso, meu primeiro ímpeto, era o de ir para lá, fazer uma escola de treinamento, e depois ser enviada para servir a Deus em algum lugar do mundo.
Meus pais, acharam tudo isso uma loucura. Não tinham experiência com Deus, nem entendimento na sua palavra. Na ânsia de garantir um futuro para mim, o que é uma preocupação natural de todos os pais, eles me obrigaram a fazer o vestibular e a faculdade.
Comecei o curso de Direito, e logo em seguida passei em um concurso para trabalhar no Fórum, emprego este que tenho até hoje.
Sou bacharel em Direito, e funcionária pública. Mas nunca deixei de acreditar no meu chamado, na minha vocação.
Nos últimos anos, amadureci bastante, e vejo que Deus está preparando a hora certa para que os seus planos e a sua vontade se estabeleçam na minha vida, nessa área.
Mas uma coisa que eu aprendi durante este tempo de espera, é que estar na obra de Deus não é tão fácil, tão lindo, ou um ‘mar de rosas’, como eu pensava.
Claro que servir a Deus e estar no centro de sua vontade, é o melhor lugar em que a gente pode estar. Mas me refiro aqui a ideia ‘romântica’, por assim dizer, que eu tinha de ministério, e que, infelizmente, muitos ainda têm.
Antigamente, eu achava que ser missionário seria algo emocionante, empolgante. Achava que não iria encontrar nenhum tipo de dificuldade, e que todas as portas se abririam, e todas as necessidades seriam ‘magicamente’ supridas, pelo simples fato de se estar na ‘obra.’
Contudo, ao longo dos anos, pude acompanhar a vida de muitos amigos que estão no ministério, servindo como pastores e missionários. E na prática, o que pude constatar, é que a vida ministerial não é nenhum pouco ‘glamourosa.’
Ao contrário dos mega-templos, e dos mega-pastores que vemos nos programas evangelísticos da tv, a grande maioria dos pastores e missionários que conheci e conheço, enfrentam problemas de ordem financeira, muitas vezes passando necessidades básicas, tendo grande dificuldade para manter sua família de forma digna.
As igrejas em sua maioria não têm uma estrutura para sustentar o pastor e sua família, e às vezes, elas tem que lutar para pagar o aluguel dos prédios que ocupam.
Muitos não são valorizados pelos membros das congregações, que, no entanto, querem que os pastores e os missionários estejam a disposição 24 horas por dia.
Isso sem falar naqueles missionários que estão naqueles países africanos como a Somália, vivendo no meio daquele povo, esquecidoS por todos, menos por Deus.
Essas pessoas permanecem no ministério por uma questão de fé e obediência.
E eu estou convencida, cada vez mais, de que a vida cristã, ao contrário das pregações triunfalistas que se ouve por aí, envolve sim um certo grau de sofrimento.
Aliás, gostaria de fazer aqui um pequeno questionamento: e se o preço de conhecer mais a Deus, de ser mais íntimo Dele, de ter experiências sensacionais e profundas com Ele, for o sofrimento? Seja ele físico, emocional ou espiritual? Você está disposto a isso?
A verdade é que o sofrimento nos faz amadurecer, e nos aproxima mais de Deus.
Se você for sincero, você vai olhar para sua vida, e vai constatar que os momentos em que você mais buscou a Deus, foram nos momentos de dor e de dificuldade, não é verdade?
O sofimento faz parte da nossa caminhada com Deus.
Jesus nunca ‘mascarou’ o preço de segui-Lo.
Ele disse em Lc 14:26-33:
“Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos e irmãs, e até mesmo sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Qualquer que não tomar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo. Se algum de vós está querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?”
Jesus nos convida a refletirmos: se alguém de vocês resolve edificar uma torre, fazer alguma obra, não vai sentar antes, fazer as contas, para ver se tem como concluí-la? Da mesma forma, pense bem, avalie, se você quer ser meu discípulo. O padrão é esse: renúncia de tudo e de todos. Porque Deus tem que estar em primeiro lugar.
Acho importante frisar isso, porque infelizmente, muitas pessoas hoje querem seguir a Jesus no ‘oba-oba’, na festa, só na alegria. Aí quando chega a tribulação, abandonam a fé.
Mas a chave para se permanecer servindo a Deus, aquilo que mantém uma pessoa no ministério apesar das adversidades, é uma compreensão profunda, de que o conhecimento de Cristo é o que há de mais importante em suas vidas, não importa o preço a se pagar.
O anseio de conhecer mais do Senhor, a sede de se experimentar cada vez mais de Deus, a certeza de que o que temos hoje em termos de conhecimento de Deus não é o suficiente, faz com que tudo o mais diminua, diante da grandeza da beleza, da santidade, e do amor de Deus para conosco.
Foi essa a conclusão que Paulo chegou em Filipenses 3:8,10:
“Tenho por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo, e seja achado nele.... Desejo conhecê-Lo, e o poder da sua ressurreição...”
Por isso, estar na obra não é fácil. Servir a Deus genuinamente, de todo o coração, é muito difícil. Precisamos estar conscientes, que o caminho é estreito, e que lutas virão. Isso tudo faz parte da nossa jornada. Jesus nos advertiu sobre isso, para que não viéssemos a desanimar, quando as dificuldades aparecessem. Daí a importância de não fugirmos dessa realidade.
Mas tudo isso não se compara ao conhecimento Dele.
Porque “a vida eterna é esta: que conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” João 17:3.
Conhecer a Deus. Esse é o alvo da nossa vida. Esse deveria ser o objetivo, a motivação por trás de todas as nossas ações dentro do Reino.
Essa é a consciência que todo o discípulo de Jesus deve ter, antes de segui-Lo de todo o coração.
Verdadeiramente senti a presença do espirito santo de Deus nessa palavras. Que Deus possa nos abençoa! Amen
ResponderExcluirNão devemos esquecer de algo importante quando Deus nos chama para uma obra é porque Ele sabe que seremos capazes de fazer aquela obra pois será ele que nos conduzira durante este tempo e sabemos que quando ele entrega algo para nossas vidas e não cumprimos ela,ele simplesmente entregara a sua obra para outra pessoa.Deus nunca abandona um filho seu ele capacita,fortalece,prepara basta apenas obedecer a voz de Deus e nunca deixe para amanha aquilo que vc tem que fazer hoje.
ResponderExcluirWiliane moura