quarta-feira, 22 de junho de 2011

Nem sempre, quem espera alcança


 
Da família Silva contam-se várias histórias. A última era mais ou me-nos assim: O relógio não despertou, mas o hábito o fez levantar cedo. A casa estava vazia e silenciosa. A mulher fora passar o dia na casa da mãe. O feriado era um convite à alguma atividade diferente. Dentre algumas poucas possibilidades, preferiu dar um jeito no quintal. Há anos que o ter-reno abandonado o incomodava. Quebrou a mesmice e pôs a mão na en-xada. Capinou, cavou fundo, rastelou, adubou e remexeu... deixou a terra bem fofa. Entre um gole d'água e outro planejava: semente de verdura... uma bela horta.

Quando a mulher voltou já era noite. Na escuridão, nada percebeu. A manhã seguinte foi diferente, a começar pelo relógio. A mulher levantou, ele já havia saído - homem de trabalho. Ao perceber o terreno preparado a mulher sorriu: rosas, margaridas... Sem hesitar correu a providenciar se-mentes e plantou. Ele voltou mais cedo, ansioso para jogar as primeiras sementes em sua horta: couve, cenoura, salsinha, alface, almeirão...
Sem saber os planos um do outro esperavam com grande expectativa. Ele pensava na salada. Ela na beleza. Até que surgiram os primeiros bro-tos. A mulher estranhou as primeiras folhinhas de verdura, afinal, plantara flores, e arrancou tudo. Ele, ao verificar sua horta e, com idêntico espanto fez o mesmo com as flores.
Depois continuaram esperando e... nada! Até que um dia, o relógio não despertou. A casa em silêncio, a mulher na casa da mãe. Ele olhou o quin-tal e sonhou com flores. A horta não deu certo. No dia seguinte, a mulher vendo o terreno preparado pensou em uma horta... as flores não deram certo. A terra não era boa.

Extraído da Revista Lar Cristão - Sepal

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