Testemunho Fayson Merege

Chamo-me Fayson Rodrigo Merege, tenho 21 anos e quem me vê sorrir hoje, não sabe o quanto já chorei. Mas, pra que você entenda melhor, tentarei contar em algumas palavras meu testemunho de vida até então.

Nasci em Goiânia – GO, numa família católica cheia de misticismos e crendices (desde levar a benzedeira a fazer algumas simpatias). Cresci até os meus 3,4 anos lá e mudamos de cidade, viemos para o Paraná. Cresci então sendo paranaense, aprendendo a falar LEITE QUENTE DA DOR DE DENTE, rs. Até os 10 anos de idade, tive uma vida tranqüila, crescendo numa família até então tranqüila. Mas, a minha família começou a mudar quando nos mudamos pra Foz do Iguaçu – PR; onde meu pai começou a trabalhar em uma grande exportadora de bonés para o Paraguai. A cidade tinha a “fama” de violenta, com essa preocupação, morávamos em um condomínio fechado, com cerca de 50 apartamentos. O local tinha uma quadra de futsal, salão de festa, quadra de areia, uma praça de socialização entre os vizinhos e tudo mais. Lembro-me que fui o primeiro dos meus amigos a ter a Nintendo 64, naquela época, era um vídeo-game para poucos. Lembro-me de ir ao Paraguai todo final de semana e torrar cerca de R$50 reais em brinquedos, junto a minha irmã, quando o dólar era R$0.50 centavos ainda. Posso dizer que tinha TUDO o que queria em questão de bens materiais; apartamento ótimo, roupas de marca, brinquedos, vídeo-game e o que você possa imaginar. Mas, me faltava à atenção dos meus pais, sempre ocupados. Quem mais me dava atenção era a minha vó, que cuidava de mim e da minha irmã.

Meus pais passaram por uma crise no casamento e quase se separaram. Mas, após algumas tentativas acabou não dando certo mais e então, houve a separação. Entre esse período, sempre vínhamos a Campo Mourão, onde temos vários parentes. Eu sempre ficava na casa de um primo meu, cuja família é evangélica. Desde os meus 13/14 anos ouvi falar de um “Jesus diferente” do que eu conhecia na Igreja Católica. Após alguns anos, viemos morar na cidade de Campo Mourão. Comecei a freqüentar a Igreja dos meus Tios, porém, os primeiros anos eram apenas uma rotina, um lugar que ia pra encontrar meus amigos. A primeira passagem por Campo Mourão não foi muito duradoura, acabamos mudando de cidade novamente. Mas, após alguns anos, novamente voltamos a Campo Mourão, em 2006. E aqui, que quero enfatizar os meus anos de turbulência.

Chegamos a meados de Agosto de 2006, e um outro primo meu logo me convidou pra ir a um Encontro de Jovens da Metodista. Sem pesar duas vezes aceitei. Lembro-me dessa experiência até hoje, no dia 14 de Novembro de 2006 tive a minha primeira experiência com Jesus, onde o nome do Encontro era: “Vem Andar Comigo”.

Em 2007, comecei a minha tão sonhada faculdade de Educação Física. O “problema” é que era particular, e custava o olho da cara. Minha mãe junto a minha vó, cozinheira de mão cheia decidiram então abrir uma lanchonete. O que era pra ser algo bom em nossas vidas se tornou algo muito ruim. Minha mãe quis colocar toda a documentação no meu nome, com isso, tive que abrir duas contas no Banco. Os anos foram passando, aparentemente íamos conseguindo nos manter bem e deixando tudo em ordem.

Minha mãe sempre fumante começou a mexer com algo além do cigarro; as drogas. No inicio de 2009 ela inventou de começar a trabalhar em uma outra cidade, já me deixando com minha irmã e minha vó por uns bons tempos sozinhos. Minha mãe nunca nos contou que meu pai nos ajudava com algum dinheiro por mês, e então, crescemos com a idéia de que meu pai nos abandonou com a separação. Porém, nenhum telefonema dele, ela nos repassava. No ano de 2009 já foi uma grande luta, todavia o pior estava por vir. Em 2010 minha mãe simplesmente nos abandonou de vez e isso me trouxe uma enorme conseqüência. Tive que trancar a minha faculdade no Ultimo Ano, faltando Seis meses pra terminar. Fechamos à lanchonete e ficaram algumas dívidas em meu nome, tanto na Receita Federal como nos Bancos e em algumas lojas. A princípio, fiquei revoltado com TUDO e TODOS (Isso por volta de Fevereiro/Março). Lembro-me que me trancafiei no quarto por um bom tempo, não saia pra comer, tomar água, escovar os dentes, muito menos sair de casa. Cheguei até ter algumas crises de depressão. Mas lembro-me as palavras da minha vó ao me dizer: “Hoje você ta parecendo Jesus, você é o Meu Jesus” (Pois estava com a barba/cabelo meio grande, e pelo fato de ter olhos verdes).

Aquelas palavras de alguma forma me animaram. A pastora visitou-me, deu-me um puxão de orelha, rs. Alguns amigos me visitaram também e isso me deu força pra continuar. Nesse período, tanto como os de início da minha caminha cristã, era apenas ir à Igreja ver meus amigos e tocar no ministério. Minha vida tomou outro rumo após Junho de 2010, quando fiz o “Encontro com Deus”. Aquilo realmente transformou a minha vida, onde tive uma experiência muito forte com Jesus;

“Fui tomado pelo espírito, acordei alguns bons minutos depois. Durante esses minutos “desacordados” eu sentia-me abraçado, deitado no colo do Pai e ouvi em alto e bom som ele dizer: “Ainda que sua mãe te esqueça, EU O SENHOR não me esquecerei de TI”. Isso me marcou muito”.

Tentei voltar a minha vida, porém sem os estudos, sem trabalho. Somente indo na Igreja as quartas, sábados e domingos. Porém, de uma forma diferente; sempre buscando experiências novas com Deus.  Contei a Igreja o que estava passando, e como em um “conto de fadas” saímos do NADA para o POUCO. Ganhamos cestas básicas, dinheiro, remédios e etc. Um irmão advogado entrou com recursos pra aposentar minha vó, já com 65 anos. Como Deus é perfeito, em 2 meses ela estava com um auxilio doença. Vivemos então até dezembro assim, com os R$510 da minha vó e algum dinheiro que vinha do meu pai. Final de 2010 nos mudamos para Ponta Grossa, onde meu pai mora, a qual estamos morando juntos novamente. A principio, não gostei da idéia de morar numa cidade que não gostava e longe dos amigos.

O objetivo da vinda foi tentar a transferência pra UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) pra tentar terminar os estudos. Infelizmente ou felizmente não deu certo. Mas Deus é perfeito em tudo e como o ditado que diz “há males que vem para o bem”, na minha vida não foi diferente. Claro, sinto dor de saber no que a minha mãe se meteu e não ter notícias, mas por outro lado, Deus cuidou de mim e minha família tão perfeitamente que NADA nos faltou. Hoje, moro novamente com meu pai, além da minha vó e minha irmã. Somente eu sou Cristão na família, mas creio que estou aqui pra fazer a diferença.

Nesses últimos Seis meses tenho buscado Deus de uma forma diferente na minha vida. Não querendo conhecê-lo de ouvir falar, mas de caminhar lado a lado. E pra fecharmos, e não quero que você sinta “dó”, mas veja Deus trabalhando na minha vida.

Eu tenho 21 anos, pela Graça do Abba Pai voltei a estudar. Infelizmente, ainda não consegui pagar as dívidas do meu nome. Aliás, não tenho nome no Brasil, meu CPF está cancelado na Receita Federal. Importo-me com isso sim, mas não é mais a minha maior preocupação. Deus já me ministrou a olhar pra ELE e não as circunstâncias. Eu sei que no Tempo Dele, TUDO se fará NOVO. Hoje, não tenho a metade do conforto que eu tinha nos meus 10 anos, mas tenho Deus como meu TUDO, experimentando-o como meu ÚNICO e ÚLTIMO recurso sempre.

Não pense você que sou Santo, NÃO! Tive vários problemas, mas resumi algumas coisas, coloquei o básico pra vocês entenderem o que passei. E sim, pensei em desistir várias vezes, como um bom ser humano fraco.

E termino com dois textos do Apóstolo Paulo, cujo um deles eu levei um tapa daqueles do Abba Pai que é:

“E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. 2ª Cor 12.9”

E hoje, também posso dizer que:

“Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Romanos 8.27”

Que você também possa experimentar Deus como seu ÚNICO e ÚLTIMO recurso todos os dias da sua vida.

Deus Abençoe,

Fayson Merege