segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Os limites dos milagres

Jesus, que, presumimos nós, poderia operar prodígios a qualquer hora de sua vida se quisesse, parecia curiosamente ambíguo acerca de milagres. Com seus discípulos, ele os usava como prova de quem ele era ("Creiam em mim quando digo que estou no Pai e que o Pai está em mim; ou pelo menos creiam por causa das mesmas obras"). Mas, mesmo no momento em que realizava suas obras miraculosas, ele lhes atribuía pouca importância. Marcos registra sete ocasiões diferentes em que Jesus pedia  a alguém por ele curado que não contasse a ninguém.

O amor NÃO se orgulha - 1º Cor 13.7 

Jesus conhecia bem o efeito superficial dos milagres dos tempos de Moisés e de Elias: eles atraíam multidões, com certeza, mas raramente encorajavam uma fidelidade de longo prazo. Ele trazia uma dura mensagem de obediência e sacrifício, não um show à parte para plateias embasbacadas e sensacionalistas. (É claro que os céticos dos tempos de Jesus - de modo muito semelhante ao dos céticos de hoje - tinham suas explicações para os poderes dele).

Com extraordinária consistência, os relatos bíblicos mostram que os milagres - os milagres dramáticos, aqueles de para o trânsito pelos quais muitos de nós ainda ansiamos - simplesmente não alimentam uma fé profunda. Como prova disso, não precisamos ir além da transfiguração, quando a face de Jesus se tornou brilhante como o sol, e suas vestes, resplandecentes. Para assombro dos discípulos, Moisés e Elias apareceram em meio a uma nuvem. Deus falou de forma audível. Aquilo foi demais, e os discípulos caíram por terra, tomados de terror.

Apesar disso, que efeito teve esse estupendo acontecimento sobre Pedro, Tiago e João? Isso silenciou para sempre suas perguntas e os encheu de fé? Alguns dias mais tarde, quando Jesus mais precisou deles, eles o abandonaram.

Embora os milagres de Jesus fossem seletivos demais para resolver todas as decepções humanas, eles serviram como sinais de sua missão, indicações prévias daquilo que Deus uma dia faria em prol de toda a criação. Para as pessoas que as experimentaram - como o paralítico descido do alto feito um candelabro que se vai limpar - as curas ofereceram uma prova convincente de que Deus estava visitando a terra. Para todos os demais, elas despertaram anseios que não serão satisfeitos até que a restauração final elimine a dor e a morte.

Os milagres realizaram apenas o que Jesus havia previsto. Para aqueles que decidiram crer nele, foram mais uma razão para crer. Mas, para aqueles determinados a rejeitá-lo, os milagres fizeram pouca diferença. Algumas coisas existem em que simplesmente precisamos crer para vê-las.

E você? Precisa crer para vê-las ou precisa vê-las para crer?

Mas lembre-se, milagres "fogem" das regras e não um show da fé. 

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